Outro dia vi o Serginho Groisman comentar que o documentário Paulinho da Viola: meu tempo é hoje seria o Buena Vista Social Club brasileiro. Bem, ainda não assisti ao primeiro, porém quando assisti ao Buena Vista fiquei um tanto quanto admirado:
Buena Vista Social Club é o nome do clube dançante que reunia a nata dos músicos cubanos dos anos 40 e 50, hoje apenas mais um dos casarões em ruínas de Havana. Neste documentário, nos é mostrada a vida e o trabalho de cada um dos músicos que Ry Cooder encontrou - muitos deles relegados ao esquecimento - e reuniu novamente.
Em minha modesta opinião, a mensagem que o documentário deixa, em seu final, é a valorização da experiência, da sabedoria e da arte de nossos predecessores, muitos deles ainda vivos e sem sequer uma fração do reconhecimento devido. São apenas velhos que, como nossos avós, têm muitas histórias pra contar e compartilhar, porém estão silenciados pelo peso dos anos e do preconceito.
Eu fiquei pensando como é importante e urgente a valorização do ser humano com seus únicos e surpreendentes talentos. Talentos que não requerem um programa completo de desenvolvimento de potencial ou seja lá o que for, mas apenas um empurrãozinho, com aquele dado por Ry Cooder. Sem um estímulo, continuam a ser talentos brutos, que podem passar despercebidos em uma simples olhadela, ou pior, em um olhar enviesado pelo preconceito e pelo desprezo.
Pra terminar, só gostaria de dizer que se o documentário do Paulinho da Viola transmite uma mensagem forte como essa, e nada mais além disso, então também vou admitir que se trata do Buena Vista Social Club Brasileiro.
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