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    24 de ago. de 2003

    O que é arte?

    O que me inspirou escrever algo sobre arte foi não apenas o post de nosso novo amigo colaborador do Soltaosom, L. (chamá-lo-emos assim por enquanto), mas principalmente uma discussão que estive acompanhando no blog do Soul, que se resumia basicamente a: os flashmobs (as multidões instantâneas convocadas via e-mail) são uma forma legítima de expressão artística? O que há de arte nelas?

    Existem inúmeras definições de arte: se não me engano Tolstói (entre centenas de outros autores) tem um livro inteiro que discute essa questão. Dependendo da definição, pode-se ao fim desse processo, considerar-se algo - seja ele um movimento ou um produto deste - como sendo arte. É uma questão de referencial. Eu já vi em algum lugar que a arte, está nos olhos de quem a vê e é justamente disso que estou falando.

    Vêm-me à mente uma composição vista, certa vez, em exposição no MAM: uma cueca pendurada e pichada de vermelho no lugar correspondente aos genitais. O nome da instalação: a menstruação masculina. Agora, pergunto a vocês: isso é arte? E eu acho que a resposta é: depende do referencial.

    O meu entendimento de arte aqui não importa muito, mas algo que não posso deixar de dizer é que nunca vi um artista definindo aquilo que ele faz como sendo arte em si (já ouvi inúmeros nomes, mas nunca a palavra arte). E mais, nunca os vi se definindo como artistas! É claro que de quem ouvi isso são aqueles que eu considero como artistas...

    Este acaba sendo um trabalho para os críticos (estes sim, auto-definidos como críticos de arte) que classificam e rotulam, vejam só, segundo seu gosto, ou então, sua arte.

    Ora, se fico restrito ao que dizem (um veredito proferido pela autoridade no assunto), fico impotente e privado no meu poder de escolha e acabo caindo na armadilha (capitalista?) ao aceitar o kitsch (a arte, a verdade pronta) cuja finalidade é unicamente para meu consumo.

    Nesse sentido, convido-os a reavaliarem seu referencial de arte, ou quem sabe formar o seu próprio, a partir de suas experiências pessoais e únicas. Por exemplo, ao nosso amigo L.: o que o leva a considerar determinado seriado, uma arte? Todos eles são arte? Ou apenas alguns? Ou nenhum? E o mais importante, qual a razão para pensar assim?

    P.S.: Voltarei oportunamente para dar minha opinião a respeito dos flashmobs. Não poderia deixar passar em branco né?

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