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    10 de jan. de 2003



    Há uns três anos, uma professora me pediu para fazer a análise do filme Lances Inocentes [Searching for Bobby Fischer, EUA, 1993]. O filme é sobre o menino-prodígio Joshua Waitzkin, que devido aos seus triunfos no mundo do xadrez, já começa a ser compardo com o gênio Bobby Fischer. Até seu professor dirige-se a ele na obrigação de fazê-lo jogar conforme o estilo de Fischer. Um erro na verdade, que o impedia de desenvolver seu próprio estilo de se expressar (como forma de arte) à sua vontade; por exemplo, utilizando a dama no início da partida ou tendo piedade de seus adversários, totalmente ao contrário de Fischer, que os odiava e queria vê-los humilhados.
    Nesse contexto surgem situações difíceis com seu pai, sua professora, seu amigo Vinnie e seu treinador Pandolfini, que em uma cena - a meu ver, a melhor do filme - diz a Josh: Fischer os odiava. Ele fazia assim. Ao que o garoto responde: I'm not him (não sou ele).
    A partir desse momento o garoto começa a se desfazer do fantasma de Fischer e discernir sobre seu estilo próprio, culminando na partida da final do campeonato estadual, onde sabe que se encontra numa posição vencedora e mesmo assim propõe a divisão do título.
    Ao final do filme, é citado que em 1992 Fischer saiu de sua reclusão para defrontar seu adversário dos idos de 72, Spassky, e o vencer convincentemente, ratificando seu estilo "inimitável" e provando que não era preciso substituí-lo, mas lançar novos talentos e dar-lhes a chance de mostrarem seu potencial, o que aconteceu posteriormente com Kramnik, Shirov, Kamsky, Leko, Adamas, Morozevich, Judit Polgar e Ponomariov, alguns dos mais fortes enxadristas da atualidade.

    Era pra ser uma análise behaviorista e mas o que saiu foi isso, apreciador do mundo enxadrístico que sou, e insatisfeito com realidade imediata. Não preciso dizer que tive que refazê-la, mas ao menos está servindo para publicar aqui e recomendar este filme para que ainda não o viu.
    A arte imita a vida. E a ciência pode esperar um pouco para contemplar toda a mágica que essa vida contém.

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