Conversando outro dia com um amigo, ele me questionou se há uma relação entre o acirramento da competitividade entre irmãos que são criados juntos. Teoricamente não soube responder, mas mais praticamente creio que exista, haja visto que entre meus irmãos nosso movimento foi de diferenciar-se ao máximo, seja em relação aos gostos ou às atitudes.
E isso fez-me lembrar também da teoria de Alfred Adler (o teórico do "complexo de inferioridade") sobre a ordem de nascimento. Diz-nos Adler que a ordem do nascimento influencia a formação da personalidade, devido às experiências distintas que cada criança tem como membro de um grupo social.
Assim, o filho mais velho é aquele que recebe toda a atenção do mundo até o nascimento do segundo filho e ver toda essa atenção esvair-se. Isso pode provocar vários sentimentos na criança, como o ódio aos outros, a preocupação em se proteger contra as reviravoltas do destino e sensação de insegurança. Desse modo, pode se tornar uma pessoa insegura, hostil, autoritária e conservadora, com um forte interesse pela manutenção da ordem. Os criminosos, neuróticos, alcoólatras e pervertidos, diz Adler, quase sempre são filhos mais velhos. Porém, quando os pais agem com bom senso, preparando a situação para a chegada do filho rival, o mais velho tem maiores possibilidades de se tornar uma pessoa responsável.
Já o segundo filho tem como traço distintivo a ambição, que é a busca por sobrepujar o primogênito. Por isso, é bastante invejoso, rebelde e ciumento, mas em geral mostra-se mais ajustado que o mais velho e o mais novo.
Por fim, o caçula é a criança mais mimada e, justamente por isso, a mais prejudicada. Tem alta probabilidade de se tornar uma criança-problema e/ou, mais tarde, um neurótico desajustado.
Vós que sois filhos, prounciai-vos!
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