Outro dia o Tavin estava comentado sobre aquele poema do Fernando Pessoa que diz que se Deus está em tudo e tudo nele, porque chamamo-no de Deus e não de árvore, rio, etc. Isso me lembrou na hora de um poema do Leminski que eu não consegui recitar por inteiro. Segue o poema:
Um Deus é também o vento
Só se vê seus efeitos
Árvores em pânico
Bandeiras
Água trêmula
Navios a zarpar
Me ensina
A sofrer sem ser visto
A gozar em silêncio
O meu próprio passar
Nunca duas vezes
No mesmo lugar
A este Deus
Que levanta a poeira dos caminhos
Os levando a voar
Consagro este suspiro
Nele cresça
Até virar vendaval
(Paulo Leminski)
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