Há algum tempo li um artigo, se não me falha a memória, do Max Gehringer que falava sobre alguns vícios de quem fala ao telefone. Dentre todos, o que mais me irrita (mais que ficar falando no gerúndio) é o famoso Quem? A pessoa te liga e transforma um único pronome numa frase inteira. Tudo bem que a vida moderna, onde o tempo é bastante valorizado, demande rapidez e concisão. Mas o que custa, em nome da boa educação, formular pelo menos uma frase completa com sujeito, predicado e verbo - assim como a tia do primeiro grau nos ensinou?
Quando acontece comigo, e não são poucas as vezes, costumo retribuir no mesmo tom:
- Alô?
- Quem?
- Eu.
- Eu quem?
- Eu mesmo. Com quem vossa senhoria gostaria de se comunicar com tão vasto vocabulário?