Dizem que Freud, ao chegar à América para um série de conferências e se deparar com a multidão que o recebeia calorosamente, teria comentado com Jung:
Este pessoal não suspeita que lhes trago a peste.
Lenda ou não, convoco Camus, que esmiuçou muito bem a peste, em seu livro homônimo:
(...) aquela alegria estava para sempre ameaçada, que o bacilo da peste não morre, nem desaparece nunca, que ele pode permancer por dezenas de anos adormecido nos móveis, nas roupas guardadas, que sabe esperar pacientemente nos quartos, nos porões, nas malas, nos lenços e nos papéis amontoados, e que talvez viesse o dia em que, desventura e ensinamento para os homens, a peste despertaria os seus ratos para enviá-los à morte numa cidade feliz.
(Albert Camus in A Peste)
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